segunda-feira, 25 de maio de 2009

Ramon(4 anos)-Se alfabetizando!

Olá meus Queridos!

Pois bem...vou compartilhar com vocês uma experiência que tive há mais ou menos uma semana com o Ramon,meu primo de 4 anos,hiperativo,sagaz,não-escolarizado ainda e (hiper)dependente de aparelhos eletrônicos tal como nós,adultos,de nossas Tv's,Playstation,Dvd's,etc. etc. etc.
Ramon passa,no mínimo,12 horas por dia na frente da Tv.

Ramon certo dia,resolve me mostrar pela "centésima vez" sua habilidade para achar -através das teclas numéricas-seus canais preferidos na TV por assinatura.Ele sintoniza o canal da Record(para assistir Pica-pau) e se depara com uma novela na tela.

Ramon: - Mãe,tá passando "Prova de Amor"!

Eu: - Não,Ramon! Tá passando "Promessas de Amor"! Você confundiu!

Ramon: - Ahh eh!(rindo de si mesmo)

Ramon,leu no display da Tv por assinatura "Prova de Amor" ao invés de "Promessas de Amor".Ele simplesmente associou algumas partes dos dois títulos de novela como ,por exemplo,a palavra "amor".Embora Ramon não saiba ler decodificando o conjunto das letras,isto é,formalmente,ele já se familiarizou com alguns títulos,algumas imagens que correspondem aos programas,desenhos,personagens,novelas.Ele fez a leitura de forma associativa e memorizada da palavra "amor",e talvez de outras partes do título da novela.Outro fator que possivelmente o fez relacionar as novelas,foi o fato de ambas serem transmitidas pelo mesmo canal.

Essa relação é comum em crianças pré-escolarizadas(que ainda não entraram na escola),principalmente quando elas têm muito contato com informações da Tv e filmes.
Ramon leu,de qualquer forma,uma vez que ele tenha ao menos decodificado pela memorização a palavra "amor".Uma leitura confusa,mas que teve um significado e não deixa de demarcar um desenvolvimento quanto à sua alfabetização.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Vídeo- Crítica ao ECA(Estatuto da Criança e do Adolescente)




Pois é...após assistir esse vídeo fiquei cá com os meus pensamentos!Na verdade não quero debater a crítica ou não-crítica ao ECA,se ele está de acordo com a realidade brasileira,se ele IMPÕE de fato o que lhe "dá corpo"...quero apontar outras questões que estruturam essa crítica...
Quando,por exemplo,a narradora do vídeo levanta bandeiras(mais ou menos com essas palavras)dos tipos: "antes de mudarmos a escola devemos mudar o que está fora dela" ou que "a culpa não é dos professores,bravos,guerreiros,sacerdotes,etc. etc. etc."(adoro esse triplo 'etecétera',provavelmente usarei muito nos meus posts;tomei gosto quando assisti a uma adaptação da peça "A falecida" de Nelson Rodrigues encenada pelo Grupo de teatro Nós da Baixada(apoiada pelo Nós do Morro),do qual minha prima faz parte(orgulho-mode-on...rs*)...ou ainda "crianças leitoras convivem com pais leitores".Ok! Paremos pra pensar na primeira bandeira.É incrível como entender que a escola é parte da sociedade como um todo,que a escola NÃO é um MUNDO Á PARTE,e que ela é de fato,no mínimo a utopia fundamental para ao menos se cogitar uma mudança na nossa sociedade,seja a longo ou curto prazo.
A segunda bandeira é levantada com a intenção de ,popularmente dizendo,"tirar o meu da reta".Não é difícil presumir que esse vídeo foi editado por um professor não é?!
Um dos problemas está justamente nessa fala tão disseminada entre os TRABALHADORES da educação(sejam utópicos amigos educadores,não sacerdotes!Mas isso é assunto pra um próximo post.).É mais que preciso o profissional que está dentro de sala se reconhecer como um dos "motores" dessa coisa vital que é o processo de ensino-aprendizagem formal.Assumir o erro,assumir que precisa buscar as tais novas didáticas,pesquisar,se renovar é um passo importante! É preciso também assumir a sua "culpa" sim,saber que o professor não tem que esperar pela assistência do Governo! Uma dica simples:leia,leia muito,e de tudo! Acho que já é um grande passo!
E o terceiro ponto associa o gosto e hábito das crianças pela leitura a cultura da leitura pelos pais.Eu sei que esse fato influencia muito mas e...se porventura não fosse o inverso? Se por acaso o fato de a criança aprender a gostar de ler nos limites da escola e,a partir desse gosto, influenciasse aos pais á busca pelos livros,jornais,etc. Impossível? Nunca! Mas é um modo de refletir que a questão da influência direta e determinante dos pais no hábito da leitura não pode ser levada a ferro e fogo e como único modo de se obter crianças e jovens leitores no nosso país.

Abstraindo toda essa discussão que criei sobre alguns pontos "polêmicos",assistam a todo o vídeo e problematizem também a crítica ao ECA!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Gênero Textual X Tipologia Textual:Conceitos diferenciados

No site Algo Sobre (clique,não tenha medo!)você pode encontrar a íntegra do texto "Gênero Textual e Tipologia Textual",com considerações de Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) e de Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG).Segue abaixo dois trechos extraídos do texto,onde você pode perceber como os dois comentários se complementam e são muito interessantes para se entender a diferença entre esses dois conceitos.Vale a pena ler todo o texto,pois os autores comentam também sobre a abordagem desse assunto,dessa temática em sala de aula.

Gênero Textual e Tipologia Textual

"Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado para designar uma espécie de seqüência teoricamente definida pela natureza lingüística de sua composição(aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Em geral, os tipos textuais abrangem as categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção.
...Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam características sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica."

"Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um modo de interação, uma maneira de interlocução,segundo perspectivas que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao fazer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada pela imagem que o mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou não com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformação, quando o produtor vê o receptor como alguém que não concorda com ele...
...Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma função social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas e vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabemos que gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail,sabemos que ele pode apresentar características que farão com que ele funcione de maneira diferente.Assim, escrever um e-mail para um amigo não é o mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informações sobre um concurso público, por exemplo."
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"Concordo com a visão de Travaglia sobre os conceitos de tipologia e gênero textuais.Ele define os dois conceitos de acordo com uma base empírica,ou seja,baseado na experiência,no dia-a-dia,de acordo com a função que exercem,de fato, nos textos do nosso cotidiano,no social.Marcuschi,no entanto,define as categorias nas quais se divide os tipos de texto(tipologia textual),de maneira mais restrita,como devem ser "enquadrados" os textos de acordo com o tipo.Na verdade,as duas definições se complementam,pois de fato,a definição e uso dos textos de acordo com o tipo e o gênero está baseada na situação,no contexto no qual -e sobre o qual-o texto é escrito.Travaglia termina exemplificando a diferença de gêneros(que é muito mais ampla e livre) com o exemplo do e-mail mais formal pra uma universidade e mais informal(ás vezes totalmente informal com a linguagem "internética") para um amigo."

Por Kah(Karen Cristine)

Atividades-Aula 30/04

Exercícios de alfabetização -Faixa Etária:5 anos

Atividade 1

1ª parte

a)Leitura de conto,estimulando aos alunos encontrar pontos em comum e divergentes com outro conto(já explorado anteriormente).
Sugestão: "Cinderela" e "Os Três Porquinhos".Esses dois contos trazem,por exemplo,a questão familiar(estrutura formada por três irmãos/irmãs)como ponto em comum.É interessante estimular os alunos a pontuarem ,num primeiro momento as semelhanças,e logo após,as discordâncias(como por exemplo,a questão de úm conto se tratar de personagens de espécie humana e a outra narrativa se tratar de personagens da espécie animal).
-Faça perguntas como:"O que mais vocês percebem que são iguais/diferentes?"
*Objetivo:Comparar textos novos com textos já conhecidos.

2º parte

b)O aluno é estimulado a expressar através de desenho(ou fotos pessoais)como percebe sua família,como se dá a estrutura familiar da qual faz parte.
*Objetivo-Desenvolver habilidades linguísticas e cognitivas.


Atividade 2

*Leitura de um texto(ex.:histórinhas infantis pouco conhecidas);Após a leitura as crianças são estimuladas a fazer desenhos onde elas possam "imprimir" sua percepção da história,antes desconhecida.Possivelmente,aparecerão várias "impressões" sobre a história desconhecida.Assim,a criança não possui gravada na memória nenhuma imagem sobre a história,desenvolvendo na atividade o processo de compreensão,de se informar do "novo".
*Objetivo-Desenvolver a compreensão da leitura.


Atividade 3

*Será apresentado ao aluno uma história em quadrinhos sem fala,com espaços em branco.
O exercício consistirá em ligar frases(desse modo,algumas palavras,ao menos,já devem ser identificadas pela criança) a cada quadrinho "sem texto".Após a conclusão do exercício,o professor deverá fazer perguntas que visam reafirmar o exercício de interpretação do "texto não-oral" tais como:"Vocês acham que essa frase se encaixa mesmo com o que está acontecendo nesse quadrinho?" "Vocês colocariam outra frase melhor no lugar desta que vocês escolheram? Qual?".
*Objetivo-Desenvolver a interpretação.


Atividade 4

*Leitura de história para os alunos,sucedida de exercício com figuras relacionadas ao texto.As imagens podem ser tipo fichas,com as quais a criança deverá desenvolver a memorazição através da reconstrução da temporalidade dos fatos da história.Ela deverá organizar as fichas de modo que reconte a história através da imagem.Ela associará o texto oral(leitura) e o texto não-oral(imagens).
*Objetivo-Desenvolver a memorização.


Atividade 5


*Os alunos devem estar divididos em grupos pequenos de no máximo 4 crianças.Serão distribuídos blocos de letras para cada grupo. A proposta é agrupar letras ,com as quais a mudança das consoantes formem palavras diferentes,com pronúncias diferentes,tais como Rato/Gato,Faca/Vaca,etc. O professor deve mediar a percepção do aluno,quanto a relação da mudança da letra com mudança sonora ,e principlamente,com a mudança do significado,do sentido,da palavra em si.Deve-se procurar também usar palavras que estejam mais perto da realidade da criança,que estejam mais perto do concreto.
*Objetivos-Distiguir a pronúncia de alguns sons da língua,tais como:t/d, f/v, p/b, q/g que são muito parecidos;estimular a pronúncia clara dos sons;reconhecer a ortografia das palavras;perceber os sons da língua.


Atividade 6

*Leitura de texto de fácil compreensão,de preferência uma narrativa com temática próxima a realidade infantil.Após a leitura,o professor pede aos alunos que recontem a história.O professor deverá mediar,guiar o aluno de maneira que ele consiga o máximo possível se aproximar da história real contada anteriormente.O professor deverá questioná-lo quando necessário se o aluno acha que aconteceu na história real tudo o que ele está descrevendo.
*No 2º momento,serão distribuídos aos alunos figuras relacionadas a história e um cartaz em branco.A proposta é que os alunos possam recontar a história nesse momento através das figuras que retratam acontecimentos da história.É uma forma de eles organizarem a história,exercitarem a memória e a interpretação de forma cronológica.Os alunos deverão colar as imagens de acordo com os acontecimentos memorizados da leitura.É importante que após a conclusão da atividade,os alunos devem expor seus cartazes e recontarem mais uma vez a história,desta vez com uso do texto não-oral.
*Objetivo-Memorização do texto oralmente;leitura do texto no quadro ou no cartaz.


Atividade 7

(Nesse exercício será necessário o uso de revistas,tesoura sem ponta e cola.)
*O aluno deverá recortar de revistas distribuídas pelo professor,de palavras que comecem com sílabas bem comuns no cotidiano do aluno e que estão presentes em muitas palavras muito usadas pela criança.O professor deverá orientar quais serão as sílabas a serem procuradas.Nessa fase é comum a exploração de sílabas como CA.BA,BO,CO,MA,etc.Deverão ser encontradas e coladas no caderno(ou cartaz) várias palavras que comecem ou sejam formadas pela mesma sílaba.É interessante estimular o aluno a reconhecer a mesma sílaba,em diferentes palavras e também em posições diferentes na palavra(CA-sa/bo-ne-CA).
*Objetivo-Identificação de palavras mais conhecidas a partir do som inicial;identificação de sílabas iguais a partir dos sons.







"Construindo o portifólio eletrônico"

O que é avaliação formativa?
-É toda avaliação que se coloca à disposição de avaliar o aluno a aprender a se desenvolver.Pretende guiar e otimizar as aprendizagens.Nesse tipo de avaliação,o professor se informa dos efeitos reais de sua aula,e sobretudo,acerca do desenvolvimento do aluno quanto à sua aprendizagem.A avaliação formativa ocorre de maneira contínua.
O que é portifólio?
-É o conjunto de produções de conhecimento do aluno em seu processo de aprendizagem.
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Expectativas para o trabalho com o portifólio:receios e o que se espera.
-O trabalho deverá ter como objetivo principal expor todo o conteúdo apreendido por nós,mostrando nossas impressões e reflexões sobre o conteúdo de cada aula.
Meus compromissos para minhas aprendizagens e meu desenvolvimento na disciplina.
-É necessário assiduidade ás aulas;
-Refletir sobre o conteúdo e,a partir daí, deixar minhas impressões expostas no portifólio;
-Compromisso com a leitura obrigatória e,se necessário,a busca de outras leituras e informações complementares para a melhor compreensão dos assuntos abordados.
O que espero do professor nesta construção?

-O professor nessa construção deve ser o mediador(como deve ser em todo o processo de ensino-aprendizagem aliás!).Ele deve guiar o aluno no desenvolvimento do conhecimento,ajudando-o a solucionar dúvidas,estimulando o questionamento,a reflexão,a associação do assunto abordado em sala de aula com a prática(própria ou de outro educador).
É importante ainda,que o professor desenvolva bem os textos,fugindo da leitura monótona comum em muitas aulas.