sexta-feira, 10 de julho de 2009

Aula de 18/06/2009

Sobre o texto “Práticas de Linguagem oral e alfabetização inicial na escola:perspectiva sociolingüística” de Erik Jacobson.

O texto tem como foco principal a abordagem sobre a perspectiva sociolingüística da alfabetização no espaço escolar em seu início(lembrando que esse processo de desenvolvimento da leitura e da escrita pode ocorrer também no ambiente familiar e em outros espaços sociais,demarcando mais uma vez a característica sócio-interacionista na qual está/deve estar apoiada a alfabetização).É necessário antes de tudo que os professores compreendam de uma vez por todas que a criança quando chega na escola,traz com ela uma bagagem (que varia de criança pra criança) de conhecimento,de habilidades já desenvolvidas desde o ambiente familiar.Lembram da teoria da tabula rasa? Abandonem de uma vez por todas queridos educadores – e os futuros educadores também!

E são nessas práticas sociais fora da escola(na comunidade a qual pertence,família,ambiente religioso,etc.) que a criança vai se socializando como leitor e escritor,pois são nesses habitats que eles vão criando uma consciência da real necessidade de saber ler e escrever e, do real valor da representação gráfica(grafema) de um objeto,pessoa,lugar,etc.,isto tudo antes representado apenas em ilustrações e na oralidade(através da fala,do som,isto é,o fonema).Essa é a principal questão que deve preceder qualquer intenção de se focar no ensino-aprendizagem da escrita:a transcrição da oralidade através da escrita! Todos os textos anteriores,por sinal, abordam essa questão.Portanto,ela é determinante para que se ocorra de fato uma construção do conhecimento,da alfabetização.

Em cada habitat,a criança pode participar do processo de uma alfabetização diferente,uma vez que cada lugar lhe oferecerá um mundo de palavras,vocábulos,expressões diferentes uns dos outros.É o que alguns investigadores apontam como múltiplas alfabetizações.Cada um desses lugares ,pode explorar uma forma de leitura e escrita diferente,visto que para cada a leitura e a escrita têm um significado ,uma variação(gírias,expressões),uma função e freqüência.Por exemplo,em casa a criança tem mais acesso a jornais,revistas,e outros suportes(já tratamos sobre esse assunto alguns posts abaixo,RS*) do que na igreja,ou até mesmo na escola.Cada lugar tem uma expressão cultural também.Cada prática social implica que a criança internalize a expressão cultural,cada significado dessa prática.Na igreja,as palavras têm uma função,já em casa tem outra,carregadas de significado(certa vez aprendi que cultura é isso,uma teia de significados.’Ficou’ e agora fez sentido! Rs*).

Não devemos retirar todo o mérito da escola sobre a alfabetização.Ao contrário,pois é na escola,que toda essa bagagem social pré-escolar deve ser considerada e a partir daí consolidar-se,através de atividades intencionais indicadas e guiadas pelo profissional da educação,visando o processo de desenvolvimento da escrita e leitura. A formação(completa e de qualidade) do professor ,mais uma vez,é um fator determinante.Sair do tradicionalismo é difícil e incômodo,mas é uma necessidade gritante.

É importante que na escola se trabalhe essas diferenças,como por exemplo,na língua(sotaques e dialetos),pois essas diferenças são nada mais do que variações culturais e lingüísticas e portanto,não devem ser ‘moldadas’ e sim, reforçadas. E ainda,criar estratégias onde as possibilidades extrapolem,e não se restrinjam à simples memorização.Deve haver significado,e portanto,a bagagem social deve ser valorizada!

Por Kahh

Um comentário:

  1. Esta reflexão ficou bem detalhada, focalizando os tópicos mais imortantes do texto... Fazer mais relação entre teoria e prática, melhoraria, sobremaneira, a análise!

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